Abusar x Speedy - A guerra continua Publicado na edição de Novembro de 2003 da revista PC Master
Mudanças no plano de acesso da maior operadora de banda larga do País aumentam as críticas sobre a qualidade do serviço no Brasil, que conta quase 1 milhão de clientes.
Os novos plano de assinatura do Speedy ( acesso ADSL vendido pela Telefônica em São Paulo ) acirraram ainda mais as criticas da Abusar ( Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido) contra as operadoras de Banda Larga Brasileira.
A entidade, única representante dos clientes de Internet de alta velocidade no País, avalia que as limitações de download impostas pelo Speedy irão prejudicar a maioria dos usuários do sistema.
A partir de agora, quem assina o Speedy terá de optar por um dos três planos de velocidade e limitação de download.
Por enquanto, os usuários antigos podem permanecer com seus planos ou migrar para um novo.
O presidente da Abusar, Horácio Belfort, avalia que o teto de 3 GB do plano 300 do Speedy, que permite uma velocidade de navegação de, no máximo, 300 Kbps, será insuficiente para boa parte dos usuários que fizerem essa opção de serviço.
São mudanças péssimas para o consumidor e totalmente contra os interesses do usuários, diz Belfort.
Para ele, há ainda um outro complicador.
O presidente da Abusar avalia que com as novas condições, utilizar conexão rápida pode até mesmo perder o sentido em alguns casos.
As pessoas usam para fazer download. Se não podem fazer download, não tem motivo para ter Banda Larga, declara.
O Speedy conta atualmente com mais de 400 mil cliente (dados das Telefônica), e a controladora do serviço alega que as mudanças não vão trazer prejuízos á maioria de seus usuários.
Segundo dados divulgados pela Telefônica, apenas 5% deles teriam problemas de adaptação aos novos contratos de prestações de serviços.
O Speedy alega que esses 5% consomem 60% da infra-estrutura e da do sistema, prejudicando a qualidade do serviço prestado.
Apesar de não ter dados, a Abusar discorda dessa alegação.
A verdade é que o Speedy está abarrotado. Venderam muitas assinaturas e agora não querem investir para ampliar a infra-estrutura e crescerem ainda mais. Em vez disso, preferiram otimizar o sistema que já possuíam e transferiram o problema para o usuário, que terá menos serviços por um preço maior, diz Belfort.
A Telefônica da a entender que não se incomoda em perde os usuários que não se adptarem as novas condições de uso do Speedy.
Para os 5% existem no mercado produtos adequados ao tipo de uso e ao volume demandando, mensagem extraída do material de divulgação oficial do novo Speedy.
Dados apresentados pelo Speedy, no entando, apontam que poderá haver, inclusive, uma economia para alguns usuários.
No caso dos clientes atuais de 256 Kbps que migrarem para o plano 300, a redução de gastos pode chegar a 19%, de R$ 117 para R$95.
Porém, quem tiver o mesmo serviços e quiser mudar para o plano 450 terá um acréscimo de 4%, passando de R$ 117 para R$ 122.
Esses números não consideram possíveis excessos de downloads efetuados pelos usuários.
Para cada MB excedente, é cobrada a tarifa de R$ 0,10.
QUALIDADE E PROVEDORES:
Aliada à discussão sobre as vantagens e desvantagens dos novos planos de acesso do Speedy, a Abusar aproveita para retornar a discussão sobre a qualidade do prestado pelas diversas operadoras de Banda Larga do País.
Para Horácio Belfort, um dos principais problemas é a garantia de apenas 10% da velocidade contratada.
É como se alguem comprasse um carro que chega a 160Km/h, mas a montadora garantisse apenas 16 Km/h. Com a Banda Larga é a mesma idéia, compara.
Outro ponto polêmico é a obrigatoriedade de contratação de um provedor de acesso, além da operadora de Banda Larga.
A Abusar alega que essa exigência fere o código de Defesa do Consumidor e entrou com diversas ações judiciais, já tendo conquistado algumas decisões favoráveis.
Nos dois casos, porém, a critica não se destina a uma operadora especifica, pois são procedimentos adotados por todas as empresas.
No caso da necessidade de contratação de um provedor, isso ocorre em função de uma determinação da Anatel ( Agência Nacional de Telecomunicações).
A briga entre Abusar e Speedy pode ser vista por um lado positivo: a popularização dos serviços de Banda Larga no País.
Esse crescimento já vem sendo registrado há algum tempo.
Apenas nos últimos quatro anos, a quantidade de usuários teve um aumento de 1.676,41%.
Em 1999, eram apenas 53 mil clientes e hoje são 941,5 mil.
A expectativa é que esse número aumente e, assim, permita que o preço cobrado diminua .
Seria, sem dúvida um bom final de para essa guerra.
VALE A PENA MUDAR ?
AS mudanças nos planos do Speedy são válidas automaticamente para os novos clientes.
Para os usuários antigos que já possuem o serviço, existe a opção de migrar para os novos pacotes ou permanecer com o contrato atual.
Para você saber se a mudança vale a pena, a Telefônica promete colocar à disposição de seus clientes uma ferramenta para medir quando de download o usuário faz por mês ( ate o fechamento da edição esse recurso não estava disponível para os usuários antigos).
A Telefônica divulga em sua página uma estimativa da quantidade de coisas que um usuário do Speedy 300 ( 3 GB de limite ) pode copiar pela rede:
-carregar 10 mil páginas web
-download de 300 músicas.
-download de dez trailes de filme
-receber 3 mil e-mails.
-receber1,5 mil arquivo de Word
-jogar 24 horas de game online.
-download de cem programas.
Isso significa que o Speedy 300 permite fazer os seguintes downloads:
- 10 mil páginas web com 100 Kb ( uma página de busca do Google) 1 GB.
- 300músicas de 2,15 MB ( um MP3 médio de 2min)-645 MB.
- Dez trailers de filme de 20 MB 200 MB
- 3 mil e-mails de 10Kb 30MB
- 1,5 mil arquivo de Word de 50KB 75 MB ( arquivo minúsculo de Word)
- 24 horas de game online ( por exemplo, counter-Strike) 320 MB.
Com isso, restaram 730 MB para os cem programas.
Assim, cada um desses programas teria apenas 7,3 MB.
PELO MUNDO
Quando se quer fazer uma comparação para saber se o serviço brasileiro está bom ou ruim, a primeira idéia de avaliação é em relação ao preço cobrado.
Pelo menos neste ponto o Brasil não está muito fora da regra do mercado internacional.
Os preços praticados no País são semelhante aos da Argentina, Estados Unidos, Espanha e Inglaterra.
O problema não é o valor, mas a qualidade do serviço, avalia o presidente Horácio Belfort.
Ele afirma que as limitações de download também acontecem em alguns países, mas volta a dizer que os limites impostos pelo Speedy estão abaixo do que seria o ideal.
Existe essa limitação, mas é muito maior do que no Brasil, afirma.
Veja, a seguir, o exemplo dos planos de alguns países:
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www.speedy.com.br
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Instalação:
Mensalidade:
Velocidade:
Limitação de download:
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R$ 149,00
R$ 71,90, mais provedor
300 KBPS
3 GB
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www.telemar.com.br/velox
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Instalação:
Mensalidade:
Velocidade:
Limitação de download:
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Grátis
R$ 83,45, mais provedor
256 KBPS
Não tem
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www.aol.co.uk/broadband
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Instalação:
Mensalidade:
Velocidade:
Limitação de download:
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Grátis
27,99, Libras ( R$ 132,40)
512 KBPS
Não tem
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www.speedy.com.ar
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Instalação:
Mensalidade:
Velocidade:
Limitação de download:
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Grátis
125,00 Pesos ( R$ 125,00)
256 KBPS
Não tem
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www.att.com
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Instalação:
Mensalidade:
Velocidade:
Limitação de download:
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Grátis
US$ 39, 95 ( R$ 113,46)
768 KBPS
Não tem
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www.telefonicaonline.com
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Instalação:
Mensalidade:
Velocidade:
Limitação de download:
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183,31 Euros (R$ 612,26)
39,06, Euros ( R$ 130,46)
256 KBPS
Não tem
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Complementando o artigo acima, publicamos abaixo a colaboração do nosso colega Wellington Terumi Uemura
Lembrando que todos os cabos telefônicos e estruturas pertencem à NTT
(semelhante a telefônica daqui) e pelo fato da NTT ser a dona de toda a
estrutura, ela não pode oferecer os serviços mais baratos que os
concorrentes e é o Japão o mercado é aberto e não fechado como no Brasil.
OCN ADSL
Limitação de download: Não tem
Provedor: Não tem (lá é cobrada taxa de manutenção)
Instalação: Grátis
Mensalidade + taxa + aluguel de modem:
26MB (26MB down/1MB up)(5,699 Yenes/R$156,00)
12MB (12MB down/1MB up)(5,409 Yenes/R$146,00)
1MB (1MB down/512k up)(3,909 Yenes/R$106,00)
http://www.ocn.ne.jp/adsl/acca/charge/
ODN ADSL
Limitação de download: Não tem
Provedor: Não tem (lá é cobrada taxa de manutenção)
Instalação: Grátis
Promoção: três mêses de graça
Mensalidade + taxa + aluguel de modem:
40MB (3,828 Yenes/R$104,07)
24MB (3,628 Yenes/R$98,63)
12MB (3,348 Yenes/R$91,02)
8MB (3,348 Yenes/R$91,02)
http://www.odn.ne.jp/plan/adsl/type1.html
Cotação de 15/12/2003 à 2,9220
Conversão de moedas feitas pelo Terra:
http://br.invertia.com/mercados/divisas/calculadivisa.asp
Apesar dos valores parecerem altos, não existe salário mínimo, para
efeito de comparação de valores um salário japonês é fixado em:
Em fábricas:
Homem: 1,200 Yenes/hora
Mulher: 1,000 Yenes/hora
Em Escritórios:
Homem: 150.000 Yenes + bônus (10% dos lucros da empresa ou valor combinado)
Mulher: 120.000 Yenes + bônus (10% dos lucros da empresa ou valor combinado)
Comparem com os preço sugeridos pela Telefônica, vale lembrar também que
com o avanço da tecnologia a banda de internet tende a ficar mais
barata, levando em conta que toda a estrutura pertence a Telefônica, que
ela não depende de petróleo, que o backbone é dela. Os preços de seus
serviços são abusivos.
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